Steve Jobs (part 01)

© Steve Jobs Estate

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Faz este Outubro 10 anos que Steve Jobs morreu.

Ao contrário do que uma leitura mais simplista pode sugerir, Jobs era muito mais do que o fundador de uma empresa de computadores. Era sobretudo um sonhador muito determinado. Este foi um homem que pode ser um herói de todos os sonhadores, os que acreditam que podemos ser diferentes e ainda assim ser (mais ou menos) relevantes.

O que mais admiro em Jobs é o facto de nunca ter deixado de ser um um idealista e um inconformado. Fazer dinheiro foi a consequência das suas paixões e da sua vontade de mudar o Mundo; nunca o seu propósito principal.

Steve teve um percurso invulgar e as suas opções de adolescência fizeram dele um “hippie” no sentido mais romântico, corajoso e marginal do termo. A maior empresa do Mundo chama-se “Apple” porque Jobs trabalhava num pomar a apanhar maçãs em vez de estar na universidade a estudar! E quando ia a reuniões ia descalço. E, naturalmente, era um vegetariano radical. E tinha o sonho, que concretizou, de ir à India em busca de respostas de natureza filosófica e espiritual.

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Do you want to sell sugared water or make a dent in the Universe?” Esta foi a pergunta que Jobs fez a John Sculley quando o convidou para dirigir a Apple em 1983.

Esta questão ilustra a vontade de Jobs mudar o Mundo através do computador porque ele sabia que esta ferramenta seria uma das mais significativas criações da Humanidade. Mas crucial foi a sua determinação férrea em desenvolver um computador diferente e focado no utilizador enquanto criador ou consumidor de conteúdos.

A Apple apresentou ao mundo quase tudo o que é importante no computador moderno: o rato, o GUI (Graphic User Interface), ligação a impressoras, USB, entre muitos outros. Entretanto tudo isto está a ser substituído pelos dispositivos de toque cujo primeiro grande herói foi o iPhone.

Mas deixemos as questões mais técnicas para outra altura. O que para mim é importante partilhar é o quão notável é a sua dimensão “quixotesca”, a sua capacidade de ver para além do óbvio e do imediato e provado. Por isso ele tantas vezes disse que pesquisa de mercado não é muito importante porque o mais importante é desenvolver produtos e ideias que o comum dos mortais não faz ideia de que vai utilizar no futuro. E é esta dimensão visionária e atitude irreverente perante o estabelecido, questionando tudo e procurando sempre novas e melhores soluções, que faz de Steve Jobs um exemplar “Homem do Renascimento”.

Para ver: Discurso de “Commencement” 2005 na Universidade de Stanford, Califórnia

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