A empatia ao serviço da empresa

Foto: Lisa Summer, Pexels

A inteligência emocional no trabalho é um fator chave na cultura corporativa de uma empresa. Dentro desta inteligência emocional, há que destacar uma capacidade em particular: a empatia.

O Dicionário infopédia da Língua Portuguesa da Porto Editora define empatia como a “faculdade de compreender emocionalmente (pessoa, objeto)”, ou a “capacidade de se identificar com outra pessoa e de partilhar os seus sentimentos e motivações”. 

Assim sendo, porque é que esta é uma qualidade essencial para um ambiente de trabalho saudável e para o bem-estar dos empregados? A resposta é clara: a empatia é essencial para haver uma ligação com os outros. É por isso que muitas empresas se têm esforçado por desenvolver uma comunicação empática com os seus empregados.

Desenvolver uma comunicação empática no local de trabalho significa estar disposto a ouvir e a aceitar as diferentes opiniões, pontos de vista e perspetivas dos outros, para além de fazer um esforço para compreender as emoções dos colaboradores e colegas de trabalho. Desta forma, as empresas terão maior capacidade para reter talentos, motivar os colaboradores e gerar um sentimento de pertença à empresa. Além disso, a empatia no trabalho influencia positivamente o desempenho profissional e, consequentemente, contribui para o sucesso de uma empresa ou de uma marca. Em estudos realizados sobre este tema, a Harvard Business Review encontrou uma correlação de até 80% entre os departamentos com níveis mais elevados de empatia e os que têm colaboradores com melhor desempenho.

Segundo o NeuroLeadership Institute, durante anos, os líderes das grandes empresas mundiais falavam da necessidade de encontrarem um equilíbrio entre as competências técnicas e as chamadas soft skills, como a inteligência emocional e a compaixão. Com a pandemia, a necessidade das chamadas soft skills evidenciou-se sob a forma de empatia. A CEO do Citigroup Jane Fraser chamou à empatia uma vantagem competitiva e a CEO da Microsoft Satya Nadella disse que a empatia é "a fonte de toda a inovação".

Como refere um artigo da revista Fortune, cada vez mais as empresas precisam de desenvolver inovação orientada para a empatia. De facto, tudo muda quando as empresas tomam a decisão consciente de conceber experiências centradas nas pessoas em vez de experiências centradas no negócio, gerando empatia com os seus empregados e clientes. Hoje, em qualquer setor de atividade, o investimento não pode resumir-se à inovação técnica; para serem eficazes, as empresas têm de desenvolver recursos que criem empatia, a variável que cria confiança. E a confiança constrói a lealdade. 

A comunicação empática implica dar ênfase a "como" uma mensagem é transmitida, especialmente quando se trata de uma mensagem difícil, tendo-se tornado uma competência fundamental para uma boa liderança dentro de uma empresa.  

Comunicar com empatia, tanto interna como externamente, contribui para o desenvolvimento de relações positivas, para o reforço da cultura da empresa, e também para a obtenção de melhores resultados. A empatia não é uma competência nova, mas assume hoje uma maior importância, pelo que a comunicação empática constitui uma competência de liderança a desenvolver cada vez mais.

Por Carmen Baragaño, Consultora Sénior en Estudio de Comunicación

E Marta Mimoso, Directora Geral do Estúdio de Comunicação

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