Comunicar sem palavras

Celebrações dos 50 anos do 25 de Abril em Lisboa. Foto de Filipe Gill

A comunicação não-verbal é uma ferramenta poderosa que muitas vezes subestimamos no nosso quotidiano. A imagem icónica da Revolução dos Cravos é um exemplo perfeito de como os gestos, as ações e as imagens podem falar mais alto do que as palavras e perdurar no tempo.

No dia 25 de abril de 1974, o movimento dos capitães derrubou a ditadura e instaurou o regime democrático em Portugal. Durante a revolta, os soldados colocaram cravos nos canos das armas, num ato de rejeição de violência e apelo a uma mudança pacífica. Esta mensagem de unidade, esperança e resistência contra a opressão prevaleceu no imaginário coletivo até hoje e os cravos vermelhos tornaram-se símbolo da liberdade conquistada.

Este acontecimento histórico é um exemplo de comunicação não verbal reconhecido no mundo inteiro. Ao mesmo tempo que um gesto pode ter um impacto profundo e simbólico, a sua difusão em larga escala tem o poder de evocar emoções de uma forma que muitas vezes as palavras não conseguem. A fotografia de uma flor cor de sangue num cano de espingarda transcende as barreiras linguísticas e culturais. Uma imagem como esta - poderosa - pode comover, inspirar ou motivar pessoas em qualquer parte do planeta.

Na comunicação, este tipo de linguagem desempenha um papel indispensável. Da linguagem corporal à expressão facial, as nossas ações falam constantemente por nós. Um sorriso pode transmitir simpatia, um gesto de mão pode expressar apoio e o contacto visual pode mostrar atenção e respeito.

Ao compreender e utilizar conscientemente a comunicação não verbal, podemos melhorar a interação com diferentes públicos-alvo. Podemos aprender a ler os sinais que os outros nos enviam e ajustar a mensagem, o tom ou o nosso próprio comportamento em conformidade. Tal como os cravos vermelhos se tornaram um inequívoco símbolo de liberdade, as empresas podem utilizar signos e gestos para comunicar valores e compromissos. Em última análise, a comunicação não-verbal pode criar um elo emocional de entendimento e, por isso, permite-nos comunicar emoções e desejos mesmo quando as palavras falham.

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