Guarda 2027 – um projeto de território

Há um sentido de justiça no trabalho de marketing e identidade de território. Pelo menos assim o entendemos em relação ao projeto de candidatura da Guarda a capital europeia da Cultura, no qual participámos enquanto equipa responsável pela criação da imagem e comunicação. 

A necessária reparação histórica é um imperativo, a bem da coesão nacional. A força do interior de um país não pode ser uma fraqueza, sinónimo de despovoamento, território de passagem, fronteira que se atravessa e onde não se cria raízes, vida e valor. Tem de ser, necessariamente, um presente atrativo de valorização das características únicas ou da inovação que a elas pode estar associada a construção de projetos de vida individuais e coletivos numa região abençoada que quer contribuir para o desenvolvimento do país.  

Ou seja, alem da reparação, a afirmação no presente de uma região. 

Dezassete concelhos uniram-se no objetivo de trazer para a Beira Interior o título e o investimento associado. 

Nós, partimos de peito aberto à descoberta de um território à procura da sua essência. Cheios de vontade de ouvir a pulsão da terra e das suas gentes, de olhar as pedras e respirar o ar fresco, beber cada gole da água da montanha. Conhecer as histórias de quem está, acaba de chegar ou ainda não sabe que virá. 

Foi também para esses que criámos uma estratégia, havia um território a gritar “estou aqui à tua espera”

Do mergulho, saímos com um conceito. Dezassete concelhos unidos em forma de  SINAPSE, onde as ligações permanentes comunicam entre si e produzem energias de criação. 

Estava definida a base do nosso trabalho. Daqui surgiu “cara” do projeto, as imagens, a definição da campanha de marketing e de identidade. 

Estava em marcha a descoberta de um território com o propósito de lhe dar visibilidade, reconhecimento, atratividade.  

Outras cidades foram mais felizes na avaliação do júri. Mas o caminho andado deixou-nos mais além de onde estávamos no início.